Censo 2010 - IBGE - É de verdade!!!!

Olá, gente, boa noite!!!
Eu estava decidida a chegar em casa e ficar longe do computador. Hoje foi um dia exaustivamente cansativo. Além do calor forte fora de época, a rede da empresa estava o 'Ó' - l - e - n - t - a.... Passei mais de duas horas pagando contas. Coisa que costumo fazer em minutos.
Mas tive que mudar de ideia pra registrar um momento histórico da minha vida. O CENSO É REAL!!!!
A recenseadora acabou de sair da minha casa!!! Eu respondi ao Censo pela primeira vez na minha vida!!!! Desde que me conheço por gente, ouço falar desse tal Censo, mas nunca tinha respondido antes. Não consigo me lembrar de ter visto meus pais respondendo ao Censo dos anos anteriores. Não lembro de ter visto esses recenseadores de tão perto como vi hoje. Pra mim, esse Censo não era real. Não acreditava que esses recenseadores iam mesmo de casa em casa fazendo perguntas pra todo mundo. Na minha cabeça isso não era possível. Na minha santa ignorância imaginava que eles fizessem esses levantamentos por amostragem. No sentido figurativo. Mas é literal mesmo. Adorei!!! Não peguei o questionário completo. Foram algumas perguntinhas que respondi em menos de 10 minutos. Mas aproveitei pra perguntar mais sobre o Censo. Perguntei, por exemplo, quem eles selecionavam pra responder ao questionário completo; qual o procedimento que eles deveriam ter para lidar com pessoas que se negassem a responder ao Censo; como os recenseadores foram escolhidos pra desenvolver esse trabalho e qual o tipo de treinamento que eles recebiam. As respostas foram surpreendentes.
 
 
O aparelhinho que eles usam é pré-programado e o questionário completo aparece na hora em que o recenseador começa a identificação. Nem eles sabem quando o questionário completo vai aparecer. A Sueli, a responsável por coletar as minhas informações, contou-me que logo que ela começou seu trabalho, no primeiro dia, a primeira pessoa que ela pegou foi com o questionário completo. Saiu daquela casa, foi em outra, e na seguinte desta o questionário completo voltou a aparecer. 
 
 
Sobre as pessoas que se negam a responder ao Censo, os recenseadores não podem forçar ninguém a responder. Eles até insistem, mas respeitam o espaço do outro. Contudo, eles devem passar o caso para os seus supervisores direto. E aí, ela não soube dizer o que acontece depois. Disse que talvez, os recenseadores até tenham que voltar ao domicílio com alguém superior pra tentar coletar as informações necessárias, mas que com ela isso ainda não aconteceu. Ela relatou sobre um Senhor que foi visitar, que disse ser funcionário público, e se negou a recebê-la e a responder ao questionário. Ela passou o ocorrido para o seu supervisor, como de praxe, e agora espera o desenrolar do fato. Contou que foi visitar um outro domicílio e que quem atendeu a porta foi um adolescente. Ela se apresentou e pediu pra falar com o responsável da casa. O adolescente foi chamar o pai. A Sueli, na porta, ouviu o pai gritar: "Manda o Censo ir tomar no @#$%..." Como a própria Sueli relatou: "Tratar com pessoas não é nada fácil".
 
 
Pra ser recenseadora, a Sueli me contou que fez um cadastro no IBGE e teve que passar por uma 'prova'. Passando por essa prova, e aprovada, ela e os demais canditados passaram por um treinamento de uma semana para aprender a mexer com o computador de mão. Contou que o computador deve ser descarregado no posto do IBGE da região a cada dois dias. Isso pra não sobrecarregar a memória e nem correr o risco de ter o aparelho furtado ou danificado e acabar perdendo as informações nele contidas.
Ela contou um caso de uma colega recenseadora que pegou uma região de favela. Entrou num barraco de um cômodo que viviam sete pessoas com um salário mínimo e em situações muito precárias. Disse que essa colega recenseadora, depois que saiu desse lugar e chegou em casa, começou a fazer uma limpa. Recolheu tudo o que podia pra levar nessa casa. A Sueli conversou com ela e disse que ela tinha que separar as coisas. Perguntei se eles recebiam algum tipo de orientação psicológica pra lidar com essas situações adversas e ela disse que não. O que, no meu ponto de vista, seria extremamente necessário. Acredito que trabalhar o psicológico é um exercício funcional pra qualquer tipo de profissão, que dirá de um recenseador, que vai a lugares inimagináveis para um ser humano, que presencia coisas que, de repente, vai contra toda sua moral e ética, que é 'obrigado' a ouvir grosserias, ser motivo de piada e por aí vai.
 
 
Bem, era pra ser um texto curtinho (considerando que nem era pra eu estar de frente pro computador). Porém, ter participado do Censo deixou-me um tanto 'importante' e precisava compartilhar essa minha emoção e experiência. Então, se você receber o recenseador em sua casa, seja educado e colabore. Tudo o que podemos fazer para o bem da nação, temos a obrigação de fazer. De repente, isso não mudará nada o caos que vivemos, mas ainda assim temos que ser participativos. É aquela velha história: "se cada um fizer um pouquinho, o pouquinho poderá virar muito".


Tirei algumas fotos da recenseadora e do uniforme que ela usa. Só não tem o boné porque ela fica aqui dentro do condomínio e não na rua o tempo todo como outros recenseadores (que nesse caso, o boné é fundamental). Obrigada, Sueli, pela visita, pela dica de tirar as fotos (hihi) e parabéns pelo seu trabalho.



Saibam mais sobre o Censo.

2 comentários:

Carol Garcia disse... [Responder o Comentário]

menina...
tô esperando o censo chegar em casa!

tem selinho pra vc lá no blog!

bjo bjo

Alexandre Andrietta disse... [Responder o Comentário]

Fabi, o post ficou legal! Texto descontraído e com particularidades que eu desconhecia. Sua emoção com a visita ficou expressa nas palavras. Parabéns!
Bjs,

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