Um passeio de metrô.

Outubro é o mês do dia das crianças,  do halloween e de compras na 25 de Março! Imaginem que na escola da minha vida a semana do dia 18 a 22  vai ser a "Semana da Criança". Cada dia da semana terá uma atividade diferente pra animar a garotada. Ontem foi o dia do pijama e do cinema com pipoca, hoje foi o dia do cabelo e visual maluco, amanhã dia do time de futebol, quinta-feira o dia da fantasia e sexta-feira dia da piscina com brinquedos. Todo ano nessa época é assim. Até aí, tudo ótimo. Só que minha pequena decidiu que não iria usar uma fantasia repetida (Coisa de mulher mesmo - jamais repetir uma roupa em eventos sociais). Então, resolvi ir à 25 de Março no sábado com minha cunhada Vivian procurar uma fantasia legal e barata. Só que minha pequena resolveu que queria ir junto pra 'escolher' a bendita. Pedi pra ela falar qual fantasia ela queria que eu compraria e caso não achasse ligaria pra ela e pediria uma outra opção. Mas ela estava decidida - queria ir junto. Tem noção?! Sábado, vésperas de halloween a 25 estaria lotadíssima. Como andar com uma criança por lá? Tem gente que leva criança bem pequena e até de colo, bebê de tudo. Eu não. Sou bem zelosa quanto a isso. Sempre fui a 25 e nunca levei minha filha. É uma loucura muito grande e isso sem falar no cansaço que a criança fica. Tentei convencê-la de todo o jeito a ficar em casa, mas foi tudo em vão. Pra ajudar, eu iria de metrô porque meu marido estava com o carro. Nada fez ela mudar de ideia. Minha mãe quase surtou. Ela esconjura a 25. Nem pagando ela passa por lá. Imagina levar uma criança - a neta querida dela!!! Aí, pensei: "Bom, a Vitória já está com 6 aninhos. Dá pra levar. E somos duas pra cuidar dela. Não vai ter problema." E foi o que fiz. Combinei com minha cunhada que iríamos só na loja das fantasias comprar o que precisava e iríamos embora. Isso pra não ficar com ela andando por lá.

A aventura começou logo na saída de casa. Meus pais moram próximo de uma estação de metrô e então fomos caminhando até a mesma. Como minha filha não está acostumada, achou o máximo ir a pé. Foi observando tudo: as casas, as calçadas, a distância. Uma delícia. No metrô, ela passou por baixo da catraca. Chegando na plataforma, observou o movimento do metrô, o entra e sai de gente, o vão entre plataforma e metrô. Uma graça. Ela já andou de metrô outras duas vezes, mas era mais novinha e não lembra bem. Da primeira vez chorou por conta do barulho ao passar pelos túneis. Mas desta vez não. Sentou-se no banco ao lado da porta. Ficou olhando tudo na rua e comentando. Achava graça quando o metrô parava nas estações. Perguntei se ela queria saber quantas estações faltavam pra descermos do metrô. E ela disse que não porque estava gostando demais do passeio e não queria que o metrô chegasse logo. Queria que demorasse bastante pra ela se divertir mais. Ria de tudo. Ela estava gostando mesmo.

Quando soube que iríamos descer de um metrô e entrar em outro, ela amou!!! Pulava de alegria. No outro, ficamos de pé porque andaríamos somente uma estação. Coloquei ela encostada nas costas do vagão pra não cair. Minha cunhada e eu ficamos de pé na frente dela. O metrô freou forte duas vezes. E as duas vezes eu quase fui pro chão. Minha filha gargalhava! Tinha que ver. Quando chegamos na estação São Bento, descemos pra Ladeira Porto Geral e fomos direto pra loja de fantasias. Ela olhou toda aquela gente de boca aberta. Nem precisamos pedir pra ela ficar junto porque ela já tinha entendido que se soltasse de nós, ia ser bem difícil de achar. Uma multidão sem tamanho. Na loja não tinha espaço pra andar. Fomos direto para as fantasias. Eram tantas que ela ficou na dúvida do que escolher. Experimentou várias e escolheu uma da Minnie Mouse. Fofa demais e barata, conforme eu planejava. Na saída, resolvi ligar pro meu pai, que trabalha ali perto e pedir pra ele nos encontrar. E foi isso que ele fez. Só que ele quis ir até a 25 pra comprar uma bolsa. Loucura-loucura-loucura. Tinha muita gente, muito carro, muito barulho, muito tudo. Minha pequena, que é uma ótima observadora, reparou a dificuldade dos carros passarem em meio a tanta gente. E aí disparou uma bela observação: "Mamãe, eu acho que com tanta gente deveria ser proibido andar de carro por aqui!" Depois de entrar em algumas lojas e não achar a bolsa que queria, meu pai resolveu que queria ir embora. Fizemos todo o caminho de volta. Nessas alturas a minha pequena já estava se queixando de sede e cansaço. Compramos água numa lanchonete e fomos para o metrô. Que sufoco pra entrar! Estava pior do que quando chegamos. Quando conseguimos entrar no vagão, o motor, as luzes e o ar condicionado foram desligados. Estava bem cheio, mas a sorte foi que as portas estavam abertas pra ventilar um pouco. Tadinha da minha pequena, estava suando. Pediu pra saírmos da frente dela pra ela poder respirar. Começou a perceber que metrô não é assim tão maravilhoso. Logo tudo voltou ao normal. Chegamos na Sé pra pegar a Linha Vermelha e voltar pra casa. Ela sentou no banco lateral a janela. Só que de costas!!! Quando o metrô começou a andar ela falou surpresa: "Mãmãe, o metrô tá andando de ré!" Todos que estavam ao lado riram. Expliquei que não era o metrô que estava andando de ré, mas sim ela que estava sentada de costas!!

Nem preciso dizer que ela estava exausta. Aproveitamos o passeio, e fomos lanchar no Mc Donald's. Depois que voltamos pra casa, ela lavou o rosto, as mãos, escovou os dentes e deitou no sofá pra descansar um pouco. Em menos de um minuto ela tinha dormido. Queria que ela tomasse banho antes, mas não deu nem tempo. Dormiu por umas três horas e meia. Só depois que acordou é que foi tomar uma bela e merecida chuveirada!!! Foi uma aventura e tanto.